A gravura abaixo se intitula “A derrubada em massa” e foi produzida em 1794 para defender o programa revolucionário dentro e fora da França. À esquerda, um revolucionário aciona uma máquina em cuja roda lê-se “Declaração dos Direitos do Homem” e, acima da máquina elétrica, lê-se “Eletricidade republicana gerando nos déspotas uma comoção que derruba seus tronos”. No cabo elétrico, sucedem-se os impulsos “Liberdade, Fraternidade, Unidade, Indivisibilidade da República” que derrubam dois imperadores, vários reis e um papa.
Considerando esta gravura no contexto revolucionário em que foi produzida:
a) identifique duas ações tomadas pelos revolucionários, durante o período da Convenção Nacional (1792-1795), para garantir a “unidade e indivisibilidade da República” contra os que julgavam serem seus adversários internos;
b) explique por quais motivos o autor da gravura representa o enfrentamento das coalizões europeias como uma guerra universal contra todos os regimes despóticos.
a) O período da Convenção Nacional ( 21 de setembro de 1792 a 1º. de outubro de 1795) começa com a abolição da Monarquia e a instauração da Primeira República Francesa. Neste período, a República Francesa conduzirá, ao mesmo tempo, uma guerra revolucionária contra as coalizões europeias e uma guerra civil contra realistas e federalistas, qualificados de "contrarrevolucionários". A percepção de que a pátria e a república estavam em perigo levou os republicanos a tomarem um conjunto de medidas para enfrentar os "inimigos da revolução" como as insurreições federalistas contra Paris, os levantes realistas contra o regime republicano (Vendéia e Lyon) e a penúria, a carestia e a crise econômica e social. As medidas concretas tomadas para enfrentar os riscos da divisão interna foram:
- A criação do Tribunal Revolucionário (março de 1793), que julgava os opositores da República e não permitia nenhum tipo de recurso às decisões que emanava. Durante o período do Terror, este tribunal emitiu cerca de 5.342 sentenças, das quais mais da metade resultaram na pena de morte.
- A criação do Tribunal Revolucionário (março de 1793), que julgava os opositores da República e não permitia nenhum tipo de recurso às decisões que emanava. Durante o período do Terror, este tribunal emitiu cerca de 5.342 sentenças, das quais mais da metade resultaram na pena de morte.
- A reorganização dos exércitos (agosto de 1793) e a imposição do alistamento em massa para todos os homens celibatários entre 18 e 25 anos, aumentando os efetivos e incorporando batalhões de voluntários que agora integram um exército que aos poucos é "nacionalizado".
- O decreto da "Lei dos Suspeitos" (setembro de 1793), pela qual o clero refratário é declarado suspeito, parentes da nobreza emigrada são aprisionados ou eliminados e membros da nobreza em geral são indiciados e presos.
- A proclamação do "governo revolucionário" (outubro de 1793), suspende a aplicação da constituição de 1793 e as liberdades individuais são suspensas até o "retorno da paz". A tomada de decisão é centralizada e as decisões da Convenção são aplicadas de imediato.
- A repressão à guerra da Vendéia (1793-1796), que explodiu como reação ao recrutamento obrigatório no exército revolucionário decretado pela Convenção Nacional, à perseguição do clero e à imposição de novos impostos para custear as despesas militares na contenção das invasões dos exércitos coligados externos.
Estas e outras medidas que possam ser citadas pelos candidatos estão incluídas no Regime do Terror (1793-1794), período caracterizado pelo predomínio político dos membros do Comitê de Salvação Pública (liderados por M. Robespierre) que adotaram um programa repressivo contra os adversários da República Jacobina.
- A execução do rei Luis XVI e de alguns membros da família real.
- A proclamação do "governo revolucionário" (outubro de 1793), suspende a aplicação da constituição de 1793 e as liberdades individuais são suspensas até o "retorno da paz". A tomada de decisão é centralizada e as decisões da Convenção são aplicadas de imediato.
- A repressão à guerra da Vendéia (1793-1796), que explodiu como reação ao recrutamento obrigatório no exército revolucionário decretado pela Convenção Nacional, à perseguição do clero e à imposição de novos impostos para custear as despesas militares na contenção das invasões dos exércitos coligados externos.
Estas e outras medidas que possam ser citadas pelos candidatos estão incluídas no Regime do Terror (1793-1794), período caracterizado pelo predomínio político dos membros do Comitê de Salvação Pública (liderados por M. Robespierre) que adotaram um programa repressivo contra os adversários da República Jacobina.
- A execução do rei Luis XVI e de alguns membros da família real.
b) A segunda parte da questão solicita ao candidato que se refira ao processo de expansão revolucionária decorrente da decisão de enfrentar a Primeira Coalizão (1793-97) das monarquias europeias, criada após o julgamento e a execução de Luís XVI (janeiro de 1793)
. O contexto de produção da gravura é marcado pela internacionalização da guerra revolucionária, que passa a se apresentar como uma oposição entre duas ordens políticas e sociais opostas: a da França republicana e revolucionária (com os seus valores destacados nas legendas dentro da gravura) e a da Europa do Antigo Regime (representada pelos soberanos em queda). Fizeram parte desta Primeira Coalizão os impérios austríaco e russo; os reinos da Prússia, da Espanha, de Portugal, de Nápoles, Sardenha e Sicília; a Grã Bretanha as Províncias Unidas e os realistas franceses emigrados. Neste contexto, em 1793, o Comitê de Salvação Pública tomou uma decisão grávida de consequências: anexar os territórios conquistados fora da França, implantando neles a nova ordem republicana. O candidato, para referir-se a este processo de internacionalização/expansão da guerra revolucionária que motivou o autor da gravura a produzir aquela sátira política, poderá referir-se à expansão dos ideais revolucionários, seja em termos das conquistas militares, seja em termos da difusão das ideias revolucionárias operadas em decorrência da guerra.
. O contexto de produção da gravura é marcado pela internacionalização da guerra revolucionária, que passa a se apresentar como uma oposição entre duas ordens políticas e sociais opostas: a da França republicana e revolucionária (com os seus valores destacados nas legendas dentro da gravura) e a da Europa do Antigo Regime (representada pelos soberanos em queda). Fizeram parte desta Primeira Coalizão os impérios austríaco e russo; os reinos da Prússia, da Espanha, de Portugal, de Nápoles, Sardenha e Sicília; a Grã Bretanha as Províncias Unidas e os realistas franceses emigrados. Neste contexto, em 1793, o Comitê de Salvação Pública tomou uma decisão grávida de consequências: anexar os territórios conquistados fora da França, implantando neles a nova ordem republicana. O candidato, para referir-se a este processo de internacionalização/expansão da guerra revolucionária que motivou o autor da gravura a produzir aquela sátira política, poderá referir-se à expansão dos ideais revolucionários, seja em termos das conquistas militares, seja em termos da difusão das ideias revolucionárias operadas em decorrência da guerra.