Desde 1964, o novo regime exerceu forte pressão sobre cultura identificada com propostas de transformação social, objetivando impedir a continuidade de uma experiência que ganhava corpo. Apesar do quadro adverso, a cultura de oposição não perdeu vigor, buscando novas estratégias e assumindo variados estilos, conforme o momento da ditadura e a feição própria dos debates entre os próprios cineastas que, solidários no impulso de resistência, tinham posições distintas no modo de conceber suas obras e encaminhar suas escolhas temáticas e opções estéticas.
(Ismail Xavier. “O momento do golpe, as primeiras reações e o percurso do cinema de oposição no período da ditadura”.
In: Angela Alonso e Miriam Dolhnikoff (orgs.). 1964: do golpe à democracia, 2015.)
Dê um exemplo e uma característica da produção cinematográfica brasileira mencionada no texto. Considerando outras manifestações culturais “de oposição” que tiveram grande impacto no mesmo período, indique uma ocorrida no campo da música e uma ocorrida no campo do teatro.
Coube ao movimento do Cinema Novo o legado maior da produção voltada à contestação da cultura que o regime militar buscava impor. Obras clássicas como O pagador de promessas e Deus e o Diabo na terra do Sol denunciaram uma realidade social subdesenvolvida e opressora bem distante das imagens da propaganda oficial da época.
Posturas críticas assumiram também compositores e grupos musicais que ocuparam os Festivais de Música Popular Brasileira promovidos por emissoras de televisão para protestar contra a ditadura. No campo teatral, destacaram-se nesse papel grupos como o Opinião e o Teatro de Arena, este com apresentações como Arena conta Zumbi e Arena conta Tiradentes.