Há meses os jornais londrinos – The Times, The
Economist, The Examiner, Saturday Review – têm
repetido a mesma ladainha sobre a Guerra Civil
americana. Enquanto insultam os estados livres
do Norte, defendem-se ansiosamente contra a
suspeita de simpatizarem com os estados
escravistas do Sul. Seus argumentos extenuantes
são basicamente os seguintes. A guerra entre
Norte e Sul é uma guerra de tarifas, entre um
sistema protecionista e um sistema de livre
comércio, e a Inglaterra, claro, está do lado do
livre-comércio. Ademais, a guerra não está sendo
travada sobre qualquer questão de princípio; ela
não se refere ao problema da escravidão, mas,
sim, centra-se nos desejos de soberania do Norte.
Karl Marx, A Guerra Civil norte-americana. Publicado
originalmente em 25 de outubro de 1861,
no jornal Die Presse. Adaptado.
a) Com base no texto, explique os fundamentos econômicos e políticos da Guerra Civil norte-americana.
b) Com base no texto e na imagem, na qual aparece, com destaque, o ativista Martin Luther King, relacione o
movimento político a que ela se refere com os resultados da Guerra Civil.
a) Conforme excerto de Karl Marx, a Guerra Civil norte-americana teve, entre seus fundamentos econômicos, a discordância entre os estados nortistas e sulistas acerca das tarifas alfandegárias. Os primeiros defendiam práticas protecionistas como mecanismo de proteção e estímulo às indústrias nacionais. Em contrapartida, os estados do sul, por dependerem da exportação de seus produtos primários, defendiam o livre-comércio.
Sobre os fundamentos políticos por trás da Guerra de Secessão, deve-se apontar o intenso debate sobre a escravidão, bem como os limites da Federação — o grau de autonomia que cada estado poderia ter.
b) A imagem que traz Martin Luther King em destaque é composta de brancos e negros trazendo consigo um cartaz com os dizeres "Nós iremos superar".
O movimento pelos direitos civis dos negros nos EUA ocorrido a partir da década de 1950 — retratado na imagem — objetivava alcançar a igualdade material e formal de toda a população estadunidense.
Nesse sentido, tal movimento buscou romper com o regime de segregação iniciado após a Guerra Civil, quando a escravidão foi proibida nos EUA.